sexta-feira, 31 de outubro de 2008

As dores do mundo

É uma busca angustiante.

Nos forçaram a acreditar que precisamos procurar a felicidade e desde então, o ser humano não é feliz.


Como eu posso dormir se sei que não sou feliz e que essa (in)felicidade foge de mim.


Estou aqui esperando, dizem que quem espera sempre alcança, mas fico a me perguntar: Alcançar o quê?


Como diria naquela música da Legião Urbana "me sinto tão só e dizem que a solidão até que me cai bem".



Hoje eu tive mais um daqueles sonhos, sonhos reais demais, sonhos que me entristecem, pois só quando acordo percebo que só foi um sonho.


Queria poder acordar e tê-la ao meu lado, assim como em meu sonho. Eu que sempre fui um defensor dos sonhos, começo a pedir para não mais tê-los. Se eu deixar de sonhar, talvez consiga fingir estar tudo bem.


Talvez um dia meu sonho se torne realidade, ou então eu tenha um novo sonho para me enganar.





quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Mudanças

Tenho hábitos que se tornam quase religiosos.

Um deles é o de postar com imagens.
Acho que o apelo visual ajuda.


Mas vou postar sem imagens por um tempo.

Também serei mais objetivo (na medida que minha subjetividade permitir).

Hoje me perguntaram se eu ainda gostava dela. Eu respondi que sim, que ainda gostava muito dela. Daí a mesma pessoa me perguntou se então eu iria tentar voltar com ela.

Respondi que não e ela me perguntou que gostar é esse que não luta pela pessoa amada?

Acho que é o "gostar de verdade". Gosto tanto dela a ponto de deixá-la ir. Sem essa de que espero que ela um dia volte (até espero, mas não é a questão). Deixo-a porque não posso mais fazê-la refém das minhas necessidades.

O mundo não terminou e essa não será a primeira vez que termino um relacionamento de maneira "inesperada".

Dizem que eu irei revolucionar o mundo com meu jeito de ser. Pode até ser verdade, mas vai depender de como eu me porte em relação aos meus problemas.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Nevoeiro


Te ver e não te querer
é improvável é impossível
TE ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor Incrível...
(SkanK)




passam os dias lentamente.


Cada dia que não terminou é um nevoeiro que se dissipa aos poucos.
Não posso querer ir rápido demais, pois posso esbarrar em algo que não coseguia ver e com isso me machucar ou danificar alguma coisa.

Tampouco posso permanecer parado, pois posso ser atropelado por algo ou alguém que também não me viu.

Enfim, luto pela busca pelo sol nesse dia de nevoeiro espesso.

Tenho medo sim de me perder, de acabar indo para um lugar onde não poderei mais achar o caminho de volta.

Mas o mais seguro nem sempre é o melhor, por isso me arrisco.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

No meio da Floresta


Não, ela não se perdeu!
Apenas não está pronta para voltar!
Deixem-na, ela sabe muito bem para onde está indo.



Como saber se estamos certos? Quando podemos dizer com certeza que tomamos as melhores decisões?

Ah, se eu soubesse...

Um coração partido não se recupera com durepox®, como já tinha dito, mas também não se joga fora esperando que possamos viver sem sentir mais nada. Isso não é possível, por mais que a idéia de não querermos nos machucarmos (ou machucar aos outros) seja prática. Não podemos, faz parte da nossa natureza.

Existe em algum lugar dentro de nós uma criança, que guarda com ela nossos maiores medos e sonhos, mas ela não sabe como controlar essas duas coisas, então ora ou outra nos vemos confusos em meio a sonhos e medos misturados de tal forma que temos medo de sonhar e sonhamos com nossos medos.

Meus medos me paralizam, me fazem recuar e até mesmo atacar.
Depende muito da situação e da minha disposição para lidar com meus medos.
Da mesma forma meus sonhos também podem ter os mesmos efeitos de reação.
As vezes não estamos prontos para lidar com os medos, mas as vezes não estamos prontos para lidar com os nossos sonhos.
Eles chegam assim, sem mais nem menos, se realizam e tornam´-se algo perto da perfeição idealizada.

Como é possível?
É bom de mais para ser verdade!
Deve ter algo de errado?!?!
São frases comum quando não estamos prontos para enfrentarmos nossos sonhos e idealizações.
Isso pode ser tão ou mais complicado do que não enfrentar nossos medos.
Porque, na verdade estamos praticando o pior dos medos, o medo de ser feliz.
E por mais que achemos que estamos errados em temer ser feliz, nós nos mergulhamos em dúvidas e incertezas, ficamos inseguros e as vezes nos fazemos mal.

A todos aqueles que precisam "Enfrentar seus sonhos", busquem isso sem culpa.
Procurem a criança que há dentro de cada um.
Sorriam mais, lembrem-se daquilo que faziam o começo do seu dia mais especial quando crianças.
Mas não se percam nos vossos medos.



quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Insólito






Nuvens de algodão, passarinhos em coral, árvores dançantes...

Aprendi que ser uma pessoa boa e honesta não é escolha, mas uma auto-afirmação diária.

Ainda faço esse mesmo caminho, não porquê é o mais prático, mas porquê é o mais belo.

Vejo as árvores dançando, com a ajuda dos ventos, vejo as nuvens se desfazerem, como o algodão doce se desfaz no céu da nossa boca, vejo os passarinhos em coral, com muitas músicas improvisadas, porém mais belas que qualquer sinfonia ensaiada.


Vejo as crianças a brincar, com elas mesmas ou com os outros, falam das mágicas do mundo com todo o conhecimento, afinal, elas ainda não foram encorajadas a desacreditar na magia.


Enfim, me vejo, andando e admirando o mundo.
Ainda acredito que ele não está perdido.
Temos muito ainda por fazer.
Não podemos nos render, não podemos nos subestimar.
Ainda não fui vencido, e enquanto puder levantar, lutarei!!!


E quando não tiver mais força para levantar e resistir, quando meus ossos doerem, meu espírito estiver alquebrado, minh'alma arrebatada ao chão e já não conseguir mais lembrar quem eu sou, digo a todos, nesse momento minha batalha estará apenas começando.












Água

"Uma noite longa, pra uma vida curta..."

A noite é fria, mas eu estou pingando de suór. Me reviro na cama, sem conseguir relaxar.

Água, é isso!!! Preciso de água, meu corpo precisa eliminar tudo isso através do suór.

Frio, tá muito frio!!! costumo andar em casa a noite descalço e com as luzes apagadas, por isso não fiz questão de procurar os chinelos. Mas o chão estava gelado.

Fui em busca de meu "elixir da vida", tomara que me ajude.

Tomei dois copos, e voltei pro quarto.

Agora me preparo para o resto da noite...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O show


O Guardião estava há muito ocupado.


Cada vez mais seus préstimos eram requisitados. Cada vez mais era bem quisto entre as pessoas.


Já não descansava mais, mas também não reclamava disso, até gostava.


Sua fama estava se espalhando, era quase uma celebridade.


Até que um dia fora convidado para um desses programas de entrevistas, com um apresentador metido a engraçadão.


Já tinha recusado outras propostas de se expor em público devido ao conteúdo dos programas, mas achou que esse convite valeria a pena.


Então, combinou com o produtor do programa tudo para a sua participação.


No dia combinado foi até a emissora, onde foi maqueado, e preparado para as câmeras, foi instruido sobre o linguajar e os gestos. Depois do processo de tentativa de automatação do guardião, os assistentes de palco sairam e pediram para ele esperar na cochia.


Começou o programa, o apresentador acenou para a banda parar o jingle de abertura, começou a contar umas piadas e por fim anunciou o seu convidado.


- Senhoras e senhores, O Guardião dos Sonhos!!!


E ele entrou no palco, meio tímido, trajando uma vestimenta muito parecida com a dos ninjas, panos básicos e escuros, botas , uma espécie de capuz, mas que não estava sobre sua cabeça, luvas e uma faixa azul em seu abdome.


Carregava também um baú, como se fosse uma mochila, com as alças de corda nos ombros.


Sentou-se no sofá ao lado da mesa do apresentador, colocou o baú no chão e cumprimentou o apresentador.


- Antes de mais nada, obrigado por ter vindo! - Agradeceu o apresentador - Mas que baú é esse? - Perguntou o mesmo em seguida.


- Ah, sim, é o baú dos sonhos!- Disse o guardião. - Com ele eu posso trazer o sonho de qualquer pessoa a realidade.


E, demonstrando tal habilidade, abriu o baú e retirou uma taça de sorvete, que o apresentador reconheceu imediatamente como a taça de sorvete que na infância seu pai o levava para tomar em uma sorveteria no centro da cidade onde cresceu.


A conversa começou a ficar animada, os dois eram ótimos piadistas e com um senso de humor e criatividade incríveis. Falavam sobre política, religião, esporte, música, enfim, todos os assuntos que surgiam na cabeça.


Até que o apresentador fez a pergunta que deixará o guardião totalmente sem reação.


- Mas escuta, o seu coração já tem dona???



Feita essa pergunta, tudo parou, as risadas, os gestos, os olhares.

O guardião ficou atônico e atônito. Muita coisa passava em sua cabeça agora, era um turbilhão de emoções que despontavam para o irremediável.


Ele parou, ficou sério, e as lágrimas começaram a rolar de seus olhos, sem que ao menos força ele fizesse para que elas saíssem. Elas simplesmente jorravam, como um rio que não pede licensa para seguir o seu caminho.


Enquanto isso, em casa, as pessoas olharam estuperfatas aquelas imagens, um homem que conseguia alegrar a tantos, que tinha um sorriso tão cativante quanto modesto. Parou, ficou sério e suas lágrimas eram como verdadeiras pedras atiradas contra as pessoas, cada lágrima que caia dos olhos dele, doia tanto nos que assistiram a cena, que logo um mal estar tornou-se presente.



O apresentador, vendo o resultado negativo de sua pergunta, tentou reverter a situação


Perguntou se ele desejava terminar a entrevista alí mesmo, naquele instante.


O guardião se recompos, abriu o baú e tirou uma cavalo de madeira e entregou a um jovem da platéia e disse:


- Sei que o seu quebrou quando ainda era uma criança, mas tome este e dê para o seu filho.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Bilhar







Situação: Eu com Febre e outros três amigos com indisposição para aula.

Conseqüência: Morte da primeira Aula.


As vezes é bom não fazer o que se tinha planejado.

Só por um instante curtir o momento e não pensar nas coisas que acontecem.


Assim foi o dia em que fui pra faculdade para jogar bilhar.


Cheguei na faculdade e encontrei os três do lado de fora, pra ser mais exatos nas mesas do pátio.


Falaram que só estavam esperando que eu chegasse para que começassem a jogar, afinal precisavam de um número par.


Esperei minha flor chegar para avisá-la que não entraria na primeira aula. Aguardava uma ameaça velada de terríveis sofrimentos, mas ela não reclamou...


Então fomos nós quatro para a tão aguardada partida de bilhar...
No fundo, não queriamos jogar para saber quem era melhor que quem, mas sim para deixar a vida passar.
E foi isso que fizemos.


terça-feira, 1 de abril de 2008

Viva o dia dos Bobos



Quando eu era mais novo, adorava o dia 1° de Abril.


Pois, nesse dia, eu podia fazer gracinhas e inventar estórinhas sem me preocupar muito, afinal era o dia da mentira.


Sempre achei muito divertido pregar peças nos outros. Tanto que tinha um arsenal de bichos de mentira. Eram eles cobras, largatixas, aranhas, baratas, gafanhotos , escorpiões e uns ratinhos. Nessa parte devo culpar meus pais, já que eram eles que compravam tais brinquedos.

Lembro-me do período que fiquei internado. Havia uma enfermeira que quase desmaiava quando eu jogava uma barata ou uma largatixa de mentira nela. E eu ria muito com a situação. Mais uma vez digo, meus pais não deveriam me comprar essas coisas (risos).

Depois na escola, o 1° de abril era o dia para eu exercitar minha capacitade inventiva. Sempre contava várias histórias mais escabrosas possíveis e só desmentia no dia seguinte. Muitos dos meus colegas realmente acreditavam no que eu dizia, e ficavam preocupados dependendo da história.


Mas também já fui pego algumas vezes. Como quando meus colegas na 2ª ou 3ª série, fizeram uma carta dizendo que era da menininha que eu gostava, só que não deu tempo deles desmentirem, fui lá falar com ela. Mas ela me tratou mal e fez uma carta não muito agradável. Fazer o que né?!?! Como diria o filósofo, poeta e filólogo, Cleber BAM-BAM: "FAIZ PARRTE".


Mas garanto que a maioria das lembranças foram boas, ou pelo menos engraçadas.

O estranho é que faz tempo que não dou um "FELIZ DIA DA MENTIRA" para alguém.


Acho que esse mundo está perdido... (risos despreocupados)

quarta-feira, 19 de março de 2008

Suspiros


- Próximo!

Assim Segue mais um dia de Samantha.



Samantha trabalha num mercado como caixa.

De segunda a sábado ela atende centenas de clientes, sua vida as vezes é meio parada nesse ponto. Difícil sair da mesmice do serviço.



É tudo tão mecânico que ela já até se acostumou. Dar Bom Dia/Boa Tarde/Boa Noite, conforme o horário, passar os itens pelo leitor, perguntar se é dinheiro, cheque ou cartão, perguntar se o cliente encontrou tudo o que procurava, oferecer algum serviço adicional e desejar que ele volte sempre.



Realmente a vida dela nesse aspecto parece ter parado.,



No seu intervalo ela prefere ficar sozinha. Não que não goste dos colegas de serviço.

Na verdade ela não gosta é da fofoca e das conversas negativas que sempre surgem quando eles se juntam.

Ela tem Duas Pausas de 30min e mais duas de 10min e trabalha 9 horas por dia inclusive de sábado e domingo com folgas intercaladas.



Não é o que ela ama fazer, mas é o que paga seu curso de serviço social. Mas só enquanto não consegue estagiar na área.



Bom, agora entramos na alma de Samantha e descobriremos quem é essa jovem.

Ela se preocupa com todos em sua volta e por isso mesmo decidiu fazer serviço social.

Para ela a missão de uma Assistente Social é procurar resolver os problemas que o Sistema em geral não se preocupa em dar atenção.



Não pensa que desistir seja uma escolha, não distingue as pessoas pelo que elas fazem e não mede esforços para ajudar alguém.



Desde pequena já tinha consciência das injustiças do mundo. Seus olhos captavam tudo o que acontecia de errado e seu coração se comovia com a dor e com o sofrimento alheio.



Muitas vezes, em seu serviço, já arranjou brigas por conta disso. Ainda mais quando via um superior querendo tripudiar sobre alguém apenas para poder exercer seu "poder de liderança".



Se fosse me estender em dizer quem é Samantha, teria que escrever uma duzia de livros.



Mas voltemos ao Horário de lanche dela. Ela está na sala de descanso dos funcionários, com um copo de água gelada e um pacote de bolachas recheadas (para ela isso é melhor que Ambrozia e Néctar dos deuses).

Passa os olhos pelo caderno, tentando estudar um pouco a matéria de ontem. Não está estudando porque tem prova ou trabalho, mas porque estava cansada e não prestou atenção suficiente na aula.

Nesse ponto seu comportamento é impecável. Adora estudar, e não costuma deixar nada pela metade. Se não pode fazer algo na hora que é passado, tenta fazê-lo o mais breve possível.



Enquanto come suas bolachas com água gelada e estuda, ela suspira.

Suspira tão despretendidamente que ela mesmo não percebe o suspiro.

Não é de tristeza, ou de melancolia que ela suspira.



Talvez a resposta seja Jonas, seu namorado.

Desde que ela começou a trabalhar nesse mercado, Jonas tem sido muito importante para ela.

O trabalho é cansativo e estressante. Não há muitas novidades, o que torna ainda mais estafante depois de um tempo.

E Jonas a ajuda. Ele a leva pra passear, brinca com ela, escuta o seu dia, ou as vezes simplesmente está lá do lado dela. E isso tem sido de grande ajuda.



Sim, ela suspira porque lembra de como ele está presente ultimamente em sua vida e pensa em como isso tem sido bom.



Foi isso, só o pensamento nele já lhe deu novo ânimo para terminar o dia. E lá vai ela devolta ao seu caixa. Continua a realizar seu trabalho, por mais mecânico que seja, mas seu sorriso está de volta ao rosto. Trata todos os clientes bem e recebe muitos elogios (e algumas cantadas) por parte deles.



Final do dia, ela tira o uniforme, e se prepara para voltar pra casa.

Na saída da loja, Jonas está esperando-a, ela realmente não esperava encontrá-lo, afinal, é dia de semana e ele tinha que estar trabalhando também. Mas ele pediu para sair mais cedo, só para poder acompanhá-la até em casa.

Ela o vê e sai correndo em encontro dele. Os dois se abraçam e se beijam.

Ele diz que a ama e que estava lá porque estava com muitas saudades.



Ela pensa que tudo vai ficar bem, desde que estejam os dois juntos...