segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Príncipes Encantados

Só agora me dei conta.

Esse assunto foi o primeiro e um dos últimos de meu dia.
A existência de "Príncipes Encantados" vagando por aí.
Uma amiga me disse que o dela, tinha caído do cavalo e desmaiado, mas que retornaria no domingo (logo confirmando a existência deste). Outra, Apenas afirmou que eles existem, mas deviam estar combatendo suas próprias lutas por aí.

As duas conversas levaram a um breve debate sobre a idealização e a forma.
Acho que o grande problema é minha desconfiança no que as mulheres dizem querer e o que de fato querem. Sem querer usar de machismo (sou um dos caras menos machistas e até mesmo feminista que conheço), mas muitas vezes as mulheres descrevem o seu homem ideal e ficam com avesso do descrito.

Acho que é assim com os homens também, mas jamais admitiria o erro assim de graça!

Ecce Homo


O Homem
(Raul seixas - Caminhos)

No momento em que eu ia partir eu resolvi voltar
(Vou voltar)
Sei que não chegou a hora de se ir embora é melhor ficar
(Vou ficar)
Sei que tem gente cantando, tem gente esperando a hora de chegar
(Vou chegar)
Chego com as águas turvas, eu fiz tantas curvas pra poder cantar
Esse meu canto que não presta
Que tanta gente então detesta
Mas isso é tudo que me resta
Nessa festa
Nessa festaaaa Eu
(Vou ferver)
Como um vulcão em chamas como a tua cama que me faz tremer
(Vou tremer)
Como um chão de teremotos com amor remoto que eu não sei viver
(Vou viver)
Vou poder contar meus filhos,caminhar nos trilhos isso é pra valer
Pois se uma estrela há de brilhar
Outra então tem que se apagar
Quero estar vivo para ver
O sol nascer!O sol nascer! O soooool nascer!!!
(Vou subir)
Pelo elevador dos fundos que carrega o mundo sem sequer sentir
(Vou sentir)
Que a minha dor no peito que eu escondi direito agora vai surgir
(Vou surgir)
Numa tempestade doida pra varrer as ruas em que eu vou seguir O em que eu vou seguir!!! Em que eu vou seguir!!!

Não pense, aja!

  • Pensou em novamente ir naquele barzinho, repetir o mesmo ritual. Esperar que um dia sua musa apareça e que ele tenha coragem de ir falar com ela. Mas, calhou de um de seus amigos de serviço, Alfredo, convidá-lo a passar os últimos dois dias de feriado numa chácara com a família dele.
  • Foram no final da tarde de domingo e voltaram na terça por volta das 14h00min. Durante a estadia na chacará da família de Alfredo, Natanael (este rapaz que imagina demais), contou o ocorrido para Alfredo. Nos 5 primeiros minutos, Alfredo ria como uma hiena que inalou gás hilariante, que é o que qualquer amigo de verdade faria, primeiro rachamos de rir da cara de nosso amigo em apuros e depois sim resolvemos ajudá-lo.
  • O fato é que Alfredo ria pois já tinha presenciado essa cena, da espera + tequila = decepção, uma vez e deu exatamente o mesmo conselho: Não pense, AJA! - Esse conselho foi dado com a presença da "Bella" de Natanael no mesmo barzinho. Alfredo havia chamado Natanael para "caça", pois os dois estavam solteiros há pouco tempo e precisavam mostrar ao mundo que estavam de volta ao mercado.
  • Todavia, Natanael não é bem um Senhor-Casanova e nem um Don Juan. Ele já foi mais tímido, mas agora não há do que se reclamar, exceto pelo excesso de cautela em se envolver com estranhos. Dizem que se fecha em sua própria concha e só sai quando tem certeza de que é seguro. Não faz isso por ter tido relacionamentos fracassados por confiar demais nas pessoas, mas por observar os alheios e temer o mesmo destino.
  • Pois é, e por conta disso Alfredo lhe deu o mesmo conselho duas vezes. Pois sabia que, assim como Natanael não conversou com Bella naquela noite em que os dois estavam no barzinho, ele não falaria com ela desta última vez, mesmo que ela tivesse aparecido.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O poder do Distanciamento

Agora que meu Computador está arrumado, pude voltar a ouvir alguns dos albúns que estão gravados nele.

O Mais estranho,  soam como novos. Como diferente, um novo entendimento.

Nunca fui de analisar uma música que sempre gostei. Pois sempre gostei e pronto. Mas hoje, hoje não tive escolha. Parecia que desconhecia aquelas músicas.

Ouvi algumas, como se fosse a primeira vez que as ouvia e pensei comigo: Está música é boa

Preciso agora é olhar para todas as outras coisas as quais me distanciei para saber se realmente eram boas.

E eu disse Coisas, Pois se me distancio de pessoas não é por que me entediei delas e sim porque o destino é meu algoz.

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Quentes e Letristas

arte da cibely

Outro dia recebi um email com essa expressão “Não somos frios e calculistas, somos quentes e letristas”

Pensei comigo mesmo que criatividade, nem eu que sou totalmente sem noção tinha pensado nisso.

Ser Frio e calculista é uma condição visada por muitos. O “Saber separar o joio do trigo” e o famoso “diga-me com quem andas e te direi és” viraram moda. Todos sabem “analisar” uma pessoa simplesmente pela fala ou olhar.

Não há envolvimento, nem troca de emoções, olhares e confidências. “Ser quente e letrista” é o mesmo que ser um Tolo, um iludido ou um alienado, na visão dos “Frios e calculistas”.

Mas tudo bem, no final o tempo dirá quem estava certo (ou não)!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Despertar de um novo sonho

Acordar foi péssimo
Mesmo não bebendo muito naquela noite (acreditem, já foram piores suas bebedeiras).

Talvez tenha sido a espera que o tenha cansado. Esperou a noite inteira ver aquela garota, mesmo sabendo que talvez não teria a coragem que achava que tivesse no momento das doses de tequila.

Olhou para o celular no criado-mudo e viu que já era 14h37min do domingo. Dormiu pouco, levando em conta que chegou as 5h00min e só foi dormir perto do amanhecer. Além de tomar um banho e por tudo pra fora. Sua cabeça estava rodando e precisava de um remédio para a dor de cabeça.
Assim que achou o remédio, tomou e foi para a cama.

Acordar assim, com o corpo quebrado, com tanta claridade, num feriado prolongado é realmente desanimador.

Não, ele não a viu naquela noite e isso já era meio que esperado. Mas quem sabe outra noite.
Mas ainda que a encontra-se, o que conversaria com ela? Já sabia que ela fazia Serviço social e trabalhava como escriturária em um banco e que as vezes cantava com uma galera, mas só. Ah, sabia o nome dela que, convenientemente, era Bella.

Sentia que talvez fosse o "tipo" de Bella, mas ele temia, temia estar enganado, afinal era comum com ele só enxergar um caminho ensolarado e florido pela frente.

Talvez esse fosse seu principal mal, imaginar... Ele imaginava tanto que ia do começo até o fim do relacionamento antes mesmo de acontecer. E por isso não chegava a falar com ela, pois já sabia (só na cabeça dele) que ela não se interessaria por ele.





terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Conto de um dia cinzento

Feriado prolongado e ele não foi viajar.

Estava entediado e queria apenas ficar em casa sem ver gente.


Não queria ler um livro, não queria ver televisão, não queria encontrar com os amigos, não queria ir ao cinema ou ao parque.

Ele esperava que na verdade o dia inteiro fosse cinzento, como aquela manhã estava sendo.

De café da manhã comeu dois ovos fritos, um pão e um copo de café preto. Ficou ali na cozinha, encarando sua louça suja meio que sem pensar em nada. Normalmente ele ouvia música enquanto arrumava a cozinha do café, meio que para se lembrar de como sua mãe fazia. Simplesmente ficou olhando para o copo, a faca e colher. Olhava tão concentrado, que quem o visse, acharia que ele estava pensando em um novo invento com os três objetos.

O Fato é que sempre que ele fixava seu olhar em algo era para sair do local onde ele se encontrava e mergulhar em lembranças e pensamentos.

Naquele instante, pensava em possibilidades, ir morar em outro lugar, conhecer novas pessoas, sair daquele caos que um dia ele tanto gostou. Ficou ali por alguns minutos, indo a vários lugares mentalmente, criando diferentes situações, sem sequer levantar-se da cadeira.

Depois desses devaneios, resolveu cuidar da vida, arrumar a mesa do café e a cama que ainda estava do mesmo jeito de quando acordara.
Aquele era apenas um sábado de um feriado que terminaria na terça-feira. Muita coisa ainda estava por vir e havia tempo para se perder em devaneios mais tarde.

Depois de uma tarde de puro ócio, resolveu ir andar por aí, ver o movimento na cidade. Era quase uma cidade fantasma. Os poucos comércios já estavam fechando, meia dúzia de pessoas andavam na rua.

Naquela noite, foi a um barzinho, fugir da rotina e da mesmice. Esperava encontrar alguém, uma garota com quem ele já mais trocou sequer duas palavras. Aguardava ansioso para quem sabe, naquele dia, falar com ela. Reunia toda sua coragem para tomar uma atitude. Estava decidido, pediu uma tequila e um trident e ficou a espera dela. Pediu uma segunda tequila, pois as horas passavam e nada da garota aparecer. Depois resolveu pedir uma Vodka com Energético, pois não aguentaria seguir esperando só com tequila. Eram 4 horas da manhã e ela não veio, pediu um refrigerante e pagou a conta, a noite havia terminado para ele.

Não Foi daquela vez que a encontrou, mas o feriado está apenas começando.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A prisão sem muros

O homem se impunha uma rotina fustigante.

Não se permitia muito.

Nunca achou que a felicidade fosse para ele, embora sempre tentasse ver o lado belo das coisas.

Tinha pequenas alegrias, com as pequenas coisas da vida, pois já sabia que não estava destinado as grandes coisas.

Seu trabalho não era lá essas coisas, mas também ele mesmo não se achava lá essas coisas.

O dia-a-dia estava comprometendo-lhe a autonomia, chegando a executar tarefas e depois esquecer que já as tinha feito

Ele se aprisionou dentro de si, para fugir da dor, para fugir do medo, para fugir da decepção.

Mas no fundo, ele esqueceu de tirar essas coisas de dentro dele, antes de se trancar dentro de si.
Hoje a dor, o medo, a decepção e a amargura, são os únicos amigos que lhe restam. Ele sabe que sempre contará com eles. Que sempre estarão lá para lhe atormentar e aconselhar.

E não há como alguém resgatá-lo dessa prisão, porque ele no fundo parece não querer sair. E não há muros para serem quebrados...

E pour si Muove???

Sempre fui do tipo que não desiste fácil.

Não posso com isso dizer ser uma pessoa insistente. Eu simplesmente não desisto fácil.


A grande diferença é que mudo a estratégia. Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo.


Saber usar de sua desvantagem e transformar em vantagem vem desde os Ilíadas e a narrativa do cavalo de Tróia.

Mesmo assim a cada dia tenho minhas dúvidas.