O Caos e a Existência. A realidade não é muito mais que os sonhos endurecidos pelas desilusões e enganos. Mas estou aqui para corrigir isso (ou tentar...)
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Os sombras
Já deu bom dia ao seu cachorro hoje?
Já deu bom dia ao seu cachorro hoje?
Parece até estranho isso, mas fui parado recentemente na rua, quando ia trabalhar, por uma senhora que me perguntou isso.
Fiquei meio perplexo, afinal já tinha ouvido de tudo, se eu já tinha encontrado Deus, se já tinha feito curso disso ou aquilo, se eu me achava capacitado para o mercado de trabalho. Mas essa pergunta foi meio que repentinamente estranha demais.
Respondi que sim, afinal, saio de casa e cumprimento todos, inclusive os cachorros e ademais membros não humanos da residência.
Antigamente era quase meia hora só pra me despedir dos animais, pois havia o Lamburguine, o Pimpão, A Xena Maria, e o Loro (vulgo revoltado).
Tudo bem que eles também merecem atenção, mas e as pessoas?
Porque as pessoas não se dão bom dia umas as outras?
O noivo de uma das minhas primas comentou sobre o fato de que no meu bairro todos que passavam por ele, mesmo sem conhecê-lo, o cumprimentavam.
Eu expliquei que lá, eles cumprimentam porque sabem que, se não te conhecem, conhecem alguém da sua família.
Parece até estranho, mas é uma prática que não é mais tão utilizada nas metrópoles.
Temo o dia em que iremos ser como os norte-americanos e temer a própria sombra.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Minha Flor
- Ué, não rimou! - Diz ela confusa.
- Mas quem disse que toda poesia tem que rimar? - respondi.
- Todo mundo oras! - Responde ela
- Mas eu não sou todo mundo! - Respondi
- É eu sei que você não é todo mundo, mas por que não age como todo mundo e faz um poema com rimas?
- Por acaso você ficaria com qualquer um que fizesse um poema com rimas pra você? - pergunto num tom sério.
- Claro que não! Você sabe que estou com você porque você é diferente dos outros. - responde ela meio encabulada.
- Então, se está comigo porque sou diferente, por que pedir para eu ser igual?
- Deixa de ser chato, você me entendeu, só quero um poema com rimas. - Ela fica um pouco brava, o que deixa seu rosto ainda mais lindo.
- Ah, olha tem uma riminha no final. - Digo isso provocando-a
- Uma riminha só? que coisa mais pobre! desse jeito eu não quero.
- Então você quer um "lusiadas" em sua homenagem?
- Não, só quero que você seja romântico. - Agora ela fez um biquinho de magoada.
- Mas eu não fui romântico só porque não rimei?!?! - Pergunto segurando as mãos dela.
- É foi, mas, não é a mesma coisa. - Agora eu já sei que ela tá fazendo manha.
- Tudo bem minha flor, da próxima vez eu compro um caminhão de rimas tá? - Um pouco de desaforo da minha parte, mas só pra abrir um sorriso no rosto dela.
- Tá bom, mas tem que ser um caminhão com muitas, muitas, muitas e muitas rimas...(risos)
E ficamos ali no sofá, curtindo o resto daquela tarde de domingo.
O Reizinho Valente
A todos os que lutam.Especialmente para minha amiguinha Camila."A coragem é indispensável porque,
em política, não a vida,
mas sim o mundo está em jogo."
Hannah ArendtAquela luta durava anos, muitos já tinham perdido suas vidas dos dois lados.Tudo isso devido a arrogância de seu governante, que foi eleito por voto popular, mas depois que assumiu o posto, começou a agir contra o povo que o elegeu.Começou com decretos estranhos e sem sentido (aparentemente), mas que posteriormente teriam perfeito encaixe com seus planos. Tratou de infiltrar agentes nos meios de comunicação, escolas, hospitais e todas as repartições públicas.Seu próximo passo foi infiltrar nas instituições privadas homens de sua inteira confiança e total lealdade a ele. Feito isso, começou a sua ultima jogada, a difamação dos seus rivais políticos.Semeou calúnias e difamações, criou pequenos boatos e divulgou notas duvidosas para poder minar a credibilidade de todo e qualquer um que pudesse intervir nos seus planos.Consegui, assim, deixar a maioria da população em um estado letárgico perante aos decretos e mais decretos que foi lançando. Chegou o dia de colocar seus pensamentos de dominação em prática.O exército foi para as ruas, e começou a fechar escolas, bancos, supermercados, igrejas, hospitais e tudo quanto era lugar que poderia conter pessoas aglutinadas. Foi feito o censo geral da população, colocado chips de localização em cada um dos habitantes.Os livros e qualquer outro tipo de materiais impressos foram banidos do país, assim como telefonia, radiodifusão e outros meios de comunicação. A única forma de saber sobre o mundo lá fora, era através das notícias transmitidas a cada hora pelos carros de som do governo. Com isso ele pretendia reprimir qualquer tipo de futura resistência ao seu regime totalitário.Contudo, como Darwin disse: " A vida sempre encontra um jeito, ela se adapta". Da mesma forma podemos dizer da revolta. Não é possível calar a voz de muitos por muito tempo. Logo a população que vivia em uma obediência servil, passou a tomar consciência da necessidade de mudança.
Aprenderam a transmitir suas mensagens na rua através de códigos gestuais, o que os livravam de qualquer comprometimento quando fossem interrogados por oficiais do exército. Começaram a se comunicar com seus vizinhos de apartamentos através de batidas nas paredes, estender de lençóis, os que residiam em residências, faziam o mesmo através do corte da grama, do passeio com o cachorro, ou até mesmo com a forma em que fora colocado o lixo para ser recolhido.
Andavam nas ruas se olhando e cumprimentando, dando os passos para o grande dia da revolução.E o dia chegou, sem que ao menos o ditador desconfiasse, eles tomaram as ruas de todas as cidades do país e enfrentavam os soldados do exército, conseguiram ganhar nesse dia, mas o número de soldados na rua era infinitamente menor ao dos quartéis, afinal o ditador acreditava que os habitantes já tinham se curvado à sua autoridade.No dia seguinte, o ditador resolveu mandar um agrupamento para cada uma das principais cidades, deixando as cidades do interior do país em segundo plano. Nas principais cidades o exército fez vários massacres, mas com grandes perdas também. Enquanto isso, as cidades do interior do pais, se uniam, enviando mensageiros entre si, para organizar o levante em direção a capital do país.Decidiram que a melhor estratégia de guerra, seria recuar para o interior do país, para ganhar tempo e preparar uma estratégia de contra-ataque. Feito isso, o exército logo começou a perseguir os revolucionários do interior, enquanto nas principais cidades a luta persistia e os revolucionários dessa cidade não se deram por vencidos, embora não ganhassem todas as batalhas, atrasavam ou comprometiam seriamente batalhões e destacamentos inteiros do exército do ditador.
Após todos os grupos de revolucionários do interior se unir quase na divisa com o país resolveram marchar em direção a capital. Com intuito de destituir o então presidente e ditador. O exército do ditador, que não esperava por emboscadas, estava bastante comprometido naquela altura, já havia se passado dois anos, e eles tiveram grandes problemas para cruzar o interior do país. Muitos integrantes do exército dos resistentes, ficaram a espreita do exército, fazendo tocaias, armadilhas e ataques furtivos durante as madrugadas.
E no meio do caminho, a força principal do exército viu-se cercada pelos revolucionários do interior que agora marchavam em direção a eles e também dos revolucionários das grandes cidades, que enfim venceram e iam se juntar aos outros para aumentar o grupo. Nesse embate ouve tantas perdas para os revolucionários, que em outras ocasiões eles desistiriam ali e esperariam pacientemente serem esmagados pelo que sobrava do exército, que se encontrava ainda na capital.
Porém, eles corajosamente prosseguiram em direção à capital. Prontos para que sua liberdade fosse-lhes concedida, não importando o quanto isso custaria. O ditador foi várias vezes avisado por alguns conselheiros para que saísse do posto, sem que esse desse qualquer tipo de atenção aos avisos.
Finalmente o exército revolucionário chegou aos arredores da cidade, todos cansados, feridos e receosos. Contudo, a sua vontade de vencer era mais eminente que qualquer medo que os afligia.
Pouco a pouco foram tomando a cidade, com muitas baixas dos dois lados, mas sem perder por nenhum segundo o seu ímpeto de um guerreiro glorioso. Cada vez mais perto de atingir seus objetivos os combatentes de animavam e se apoiavam uns aos outros, até que chegaram na ultima das muralhas, o palácio do governo.Chegando em fronte do palácio viram um grande avião decolando. Era o ditador, e seus assessores que estavam fugindo do país. Tão covarde era o homem a quem eles se revoltaram, que nem teve a coragem de enfrentar seus inimigos, assim como fez todos aqueles batalhões que ele enviou para protegê-lo.
Finalmente a liberdade! Agora vêm o mais difícil, a reconstrução da identidade.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Pessoas
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Esperança
" Eles (a outra tribo) chegaram na aldeia da menina com jipes, cavalos e caminhões.
Quando a freira terminou a narrativa, a repórter pediu um momento e foi tentar se re-estabelecer, pois naquele momento as lágrimas literalmente lavavam seu rosto.
Enquanto a Repórter chorava, a menina, cuja a freira acabara de contar a história de vida, aproximou-se da Repórter e perguntou:
- Por que choras? - com a mais pura singeleza.
- Choro por tudo o que você passou! - Responde a repórter, ainda soluçando e acariciando a face da menina.
- Não fique assim! Veja, agora estou bem! - Responde a menina para a reporter, mostrando um sorriso que alegraria qualquer coração.
Então a repórter beijou a testa da menina, e prometeu que ficaria feliz, afinal a menina estava viva e, segundo a própria menina, era isso o que importava.
domingo, 7 de outubro de 2007
O Re-erguer do Cavaleiro
terça-feira, 2 de outubro de 2007
A Bailarina
No fundo eu nem gostava muito de ir lá. Mas, enfim, uma de minhas primas me convidou e eu já estava querendo sair um pouco mesmo.
Mas aquele nunca fui meu lugar. Não me sinto muito a vontade, a não ser que vá acompanhado de meus amigos. E minha prima pode até ser bem intencionada, mas não é uma companhia muito dedicada. Também havia a amiga dela, mas era quase como se não houvesse.
A noite seguia, enquanto eu tratava de me entrertir de duas formas: uma era bebendo e outra era vendo os outros dançarem.
Não necessariamente os outros, mas sim as outras. E uma dançarina em especial me chamava a atenção. Não por ser a mais bela, ou por estar se insinuando para mim (que não seria nada mal caso fosse por isso). Mas o motivo que me chamava atenção era a sua dança.
Dançava sem pretenções, sem limites de espaço e como se as músicas fossem tocadas especialmente para que ela pudesse dançar. E ela dançava, dançava com entusiásmo de uma criança que recebeu o presente que esperou o ano todo.
E eu alí, hipnotizado, totalmente imobilizado por aquela dança. Se ela fosse meu carrasco, eu não teria maneiras de resistir, nem ao menos perceberia meu fim. Se fosse um inimigo, aniquilaria-me sem que eu desse conta do que se passou.
A noite acabou, a bailarina se foi, e eu voltei para meu mundo. Mas por um momento, eu me entreguei ao mundo dela. Onde não havia preocupações, medos, dor, fome. Só havia música e dança.
Definitivamente é um mundo que não me pertence e que muito menos eu pertenço a ele...
Assopro, Tapinha lateral e Durepox®
E quando quebrava uma peça do armário da cozinha, soltava o fio do ferro de passar, descolava a sola do sapato novinho, estourava o cano da torneira? Ah, nesse caso, passa Durepox®. E se não tiver em casa, corre no mercadinho do seu Joaquim e pede pra por na conta.
Agora, quando o problema é nosso coração? Tem como assoprar pra ver se é mal contato? Ou então dá pra dar um Tapinha lateral, de leve, só pra ver se ele funciona normal? Ou será que já existe um Durepox® que cole um coração partido?