No fundo eu nem gostava muito de ir lá. Mas, enfim, uma de minhas primas me convidou e eu já estava querendo sair um pouco mesmo.
Mas aquele nunca fui meu lugar. Não me sinto muito a vontade, a não ser que vá acompanhado de meus amigos. E minha prima pode até ser bem intencionada, mas não é uma companhia muito dedicada. Também havia a amiga dela, mas era quase como se não houvesse.
A noite seguia, enquanto eu tratava de me entrertir de duas formas: uma era bebendo e outra era vendo os outros dançarem.
Não necessariamente os outros, mas sim as outras. E uma dançarina em especial me chamava a atenção. Não por ser a mais bela, ou por estar se insinuando para mim (que não seria nada mal caso fosse por isso). Mas o motivo que me chamava atenção era a sua dança.
Dançava sem pretenções, sem limites de espaço e como se as músicas fossem tocadas especialmente para que ela pudesse dançar. E ela dançava, dançava com entusiásmo de uma criança que recebeu o presente que esperou o ano todo.
E eu alí, hipnotizado, totalmente imobilizado por aquela dança. Se ela fosse meu carrasco, eu não teria maneiras de resistir, nem ao menos perceberia meu fim. Se fosse um inimigo, aniquilaria-me sem que eu desse conta do que se passou.
A noite acabou, a bailarina se foi, e eu voltei para meu mundo. Mas por um momento, eu me entreguei ao mundo dela. Onde não havia preocupações, medos, dor, fome. Só havia música e dança.
Definitivamente é um mundo que não me pertence e que muito menos eu pertenço a ele...
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