terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Reizinho Valente






A todos os que lutam.

Especialmente para minha amiguinha Camila.
"A coragem é indispensável porque,
em política, não a vida,
mas sim o mundo está em jogo."
Hannah Arendt
Aquela luta durava anos, muitos já tinham perdido suas vidas dos dois lados.
Tudo isso devido a arrogância de seu governante, que foi eleito por voto popular, mas depois que assumiu o posto, começou a agir contra o povo que o elegeu.
Começou com decretos estranhos e sem sentido (aparentemente), mas que posteriormente teriam perfeito encaixe com seus planos. Tratou de infiltrar agentes nos meios de comunicação, escolas, hospitais e todas as repartições públicas.
Seu próximo passo foi infiltrar nas instituições privadas homens de sua inteira confiança e total lealdade a ele. Feito isso, começou a sua ultima jogada, a difamação dos seus rivais políticos.
Semeou calúnias e difamações, criou pequenos boatos e divulgou notas duvidosas para poder minar a credibilidade de todo e qualquer um que pudesse intervir nos seus planos.
Consegui, assim, deixar a maioria da população em um estado letárgico perante aos decretos e mais decretos que foi lançando. Chegou o dia de colocar seus pensamentos de dominação em prática.
O exército foi para as ruas, e começou a fechar escolas, bancos, supermercados, igrejas, hospitais e tudo quanto era lugar que poderia conter pessoas aglutinadas. Foi feito o censo geral da população, colocado chips de localização em cada um dos habitantes.
Os livros e qualquer outro tipo de materiais impressos foram banidos do país, assim como telefonia, radiodifusão e outros meios de comunicação. A única forma de saber sobre o mundo lá fora, era através das notícias transmitidas a cada hora pelos carros de som do governo. Com isso ele pretendia reprimir qualquer tipo de futura resistência ao seu regime totalitário.
Contudo, como Darwin disse: " A vida sempre encontra um jeito, ela se adapta". Da mesma forma podemos dizer da revolta. Não é possível calar a voz de muitos por muito tempo. Logo a população que vivia em uma obediência servil, passou a tomar consciência da necessidade de mudança.
Aprenderam a transmitir suas mensagens na rua através de códigos gestuais, o que os livravam de qualquer comprometimento quando fossem interrogados por oficiais do exército. Começaram a se comunicar com seus vizinhos de apartamentos através de batidas nas paredes, estender de lençóis, os que residiam em residências, faziam o mesmo através do corte da grama, do passeio com o cachorro, ou até mesmo com a forma em que fora colocado o lixo para ser recolhido.
Andavam nas ruas se olhando e cumprimentando, dando os passos para o grande dia da revolução.
E o dia chegou, sem que ao menos o ditador desconfiasse, eles tomaram as ruas de todas as cidades do país e enfrentavam os soldados do exército, conseguiram ganhar nesse dia, mas o número de soldados na rua era infinitamente menor ao dos quartéis, afinal o ditador acreditava que os habitantes já tinham se curvado à sua autoridade.
No dia seguinte, o ditador resolveu mandar um agrupamento para cada uma das principais cidades, deixando as cidades do interior do país em segundo plano. Nas principais cidades o exército fez vários massacres, mas com grandes perdas também. Enquanto isso, as cidades do interior do pais, se uniam, enviando mensageiros entre si, para organizar o levante em direção a capital do país.
Decidiram que a melhor estratégia de guerra, seria recuar para o interior do país, para ganhar tempo e preparar uma estratégia de contra-ataque. Feito isso, o exército logo começou a perseguir os revolucionários do interior, enquanto nas principais cidades a luta persistia e os revolucionários dessa cidade não se deram por vencidos, embora não ganhassem todas as batalhas, atrasavam ou comprometiam seriamente batalhões e destacamentos inteiros do exército do ditador.
Após todos os grupos de revolucionários do interior se unir quase na divisa com o país resolveram marchar em direção a capital. Com intuito de destituir o então presidente e ditador. O exército do ditador, que não esperava por emboscadas, estava bastante comprometido naquela altura, já havia se passado dois anos, e eles tiveram grandes problemas para cruzar o interior do país. Muitos integrantes do exército dos resistentes, ficaram a espreita do exército, fazendo tocaias, armadilhas e ataques furtivos durante as madrugadas.
E no meio do caminho, a força principal do exército viu-se cercada pelos revolucionários do interior que agora marchavam em direção a eles e também dos revolucionários das grandes cidades, que enfim venceram e iam se juntar aos outros para aumentar o grupo. Nesse embate ouve tantas perdas para os revolucionários, que em outras ocasiões eles desistiriam ali e esperariam pacientemente serem esmagados pelo que sobrava do exército, que se encontrava ainda na capital.
Porém, eles corajosamente prosseguiram em direção à capital. Prontos para que sua liberdade fosse-lhes concedida, não importando o quanto isso custaria. O ditador foi várias vezes avisado por alguns conselheiros para que saísse do posto, sem que esse desse qualquer tipo de atenção aos avisos.
Finalmente o exército revolucionário chegou aos arredores da cidade, todos cansados, feridos e receosos. Contudo, a sua vontade de vencer era mais eminente que qualquer medo que os afligia.
Pouco a pouco foram tomando a cidade, com muitas baixas dos dois lados, mas sem perder por nenhum segundo o seu ímpeto de um guerreiro glorioso. Cada vez mais perto de atingir seus objetivos os combatentes de animavam e se apoiavam uns aos outros, até que chegaram na ultima das muralhas, o palácio do governo.
Chegando em fronte do palácio viram um grande avião decolando. Era o ditador, e seus assessores que estavam fugindo do país. Tão covarde era o homem a quem eles se revoltaram, que nem teve a coragem de enfrentar seus inimigos, assim como fez todos aqueles batalhões que ele enviou para protegê-lo.
Finalmente a liberdade! Agora vêm o mais difícil, a reconstrução da identidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gosteiiiiiiiiiiiii mtoooo :D:D:D:D:D

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valeu pela citação.

tinha que ser o Thiago.

de novo.

né?

tava inspirado!!!

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bjão!!!