domingo, 20 de julho de 2014

Nossos abismos.

Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.
Friedrich Nietzsche


Uma tarefa difícil é calçar os sapatos dos outros. Tentar entender que nem sempre as pessoas estão num bom dia, ou que não foram ensinadas a agir de forma mais cordial, respeitosa, saudável no que diz respeito a convivência social.Mas e quando nos tornamos mais parecidos com os "monstros" que enfrentamos?
Pois é, meu amigo, você me machucou. (Billy fala pro Max. obs: Billy é o de chifres)

Empatia não é um dom natural. Ninguém nasce empático e pronto pra ouvir a todos no mundo e entender suas dores e problemas.
Empatia é uma construção diária e que demanda de muita vontade e dedicação.E como tudo que demanda vontade e dedicação, chega um momento em que todos cansamos. E é aí que reside o perigo. Há quem canse e resolva seguir a rota inversa, resolva ser o oposto de empático. E isso é admirar o abismo e ser admirado por ele.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Desistir? isso é coisa de gente esperta, e eu nunca fui muito esperto...

Já postei antes sobre o Charlie Brown.
Na verdade me incomoda o descredito desse personagem.
- Você nunca vai jogar bem, DESISTA!
Exceto pelo Linus, todos os demais personagens menosprezavam o pobre minduim.

E eu, depois de muito analisar, percebi que eu era o Charlie Brown.

E não estou me chamando de fracassado, muito pelo contrário, estou me elogiando. 
Se tem uma coisa que o Charlie Brown diferenciava, essa coisa era sua vontade.

Ele nunca deixou que a Lucy o fizesse desistir, ele continuava a tentar, tentar e a tentar.


domingo, 17 de março de 2013

Supertramp - It's Raining Again

O que dizer quando uma música diz pouco, mas diz o que se quer ouvir???


Oh, it's raining again
Oh no, my love's at an end
Oh no, it's raining again
And you know it's hard to pretend
Oh no, it's raining again
Too bad I'm losing a friend
Oh no, it's raining again
Oh will my heart ever mend
You're old enough some people say
To read the signs and walk away
It's only time that heals the pain
And makes the sun come out again
It's raining again
Oh no, my love's at an end
Oh no, it's raining again
Too bad I'm losing a friend
C'mon you little fighter
No need to get uptighter
C'mon you little fighter
And get back up again
It's raining again
Oh no, my love's at an end
Oh no, it's raining again
Too bad I'm losing a friend
C'mon you little fighter
No need to get uptighter
C'mon you little fighter
And get back up again
Oh, get back up again
Oh, fill (feel?) your heart again

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Anos parado

No que pensar...



faz mais de dois anos que não posto nada. 
Não por não ter no que pensar, mas por ter tanta coisa em que pensar que acabei deixando meus pensamentos soltos, fugindo do meu controle.

E afinal, no que pensar?
AS INDAGAÇÕES
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
Mario Quintana

sábado, 18 de dezembro de 2010

REVERSO

Não havia mais nada para fazer ali.


Ele não pertencia mais aquele local, já não se lembrava mais de como era ser feliz ali. Fazia tempo que suas esperanças em ter tudo como era antes se expiraram.


Somente uma dúvida: - O que esperar do mundo?


É verdade, pouco ele conhecia do mundo... E se o mundo fosse igual aquele lugar que um dia foi feliz e hoje é só tristeza e amargura? E se for pior do que tudo o que ele já viu e ouviu?


Porém não havia outra solução. Sentir medo do desconhecido era um luxo para ele.
Ele já sofria demais com o que ele conhecia. Sentia saudades, mas de algo que se fora há tanto tempo que é difícil lembrar-se exatamente do que ele sentia saudades.


Então pôs-se a caminhar. Naquela estrada estranha que revelava apenas dúvidas e incertezas (e isso era bom).

*PARA K.

sábado, 5 de junho de 2010

Fábula Indiana

O Vagalume e a Serpente


Em uma floresta antiga na Índia, um vagalume voava tranqüilamente por arbustos baixos e pela grama, quando de repente percebeu que estava sendo seguido por uma serpente, tentou fugir mas percebeu que estava já quase que encurralado.


Ao perceber que estava sem saída virou-se perguntou a serpente:


-Você vai me comer? - Disse o vagalume estranhando.
-Sim! - respondeu a cobra esguiando seu corpo.
-Mas você tem certeza? Serpente comendo vagalume? - Questionou sem se esquivar o vagalume.
-Certeza Absoluta! - disse a cobra, mexendo seu chocalho da calda.


Vendo que a cobra estava persuadida em continuar com a perseguição o vagalume disse:
- Tudo bem, já que está tão disposta em me comer, posso ao menos lhe fazer três perguntas? - Disse ele encarando de frente a Serpente.


- Tudo bem, logo estará no meu estômago mesmo! - Disse a Cobra, subindo o seu corpo a altura do Vagalume.


- Primeira questão: Eu pertenço a sua cadeia Alimentar? - Disse o Vagalume


- Não! - Respondeu a cobra, já totalmente de frente com o VAgalume.


- Segunda Questão: Eu te fiz algum mal? - Pergunta o irresoluto Vagalume.


- Nenhum! - Disse a Serpente Esticando sua língua em direção ao Vagalume.


- Terceira e última questão: Então por que quer me comer? - Disse o vagalume sentindo a língua da Serpente já em suas patas.


- Porque não suporto o seu Brilho! - Disse a Serpente já enrolando sua língua no Vagalume.
E o Engoliu!



O que cada um de nós fazemos não mudará o mundo

E não adianta pensarmos o contrário.
Eu sozinho sou incapaz de mudar o mundo.
Você sozinho também não.
Se nos ajuntarmos localmente, também não.
Se nos ajuntarmos regionalmente, também não.
E, convenhamos, é impossível uma ação global para a mudança do mundo.

Assistindo provocações ontem, 04 de junho, a pós-doutora em semiótica. pesquisadora e professora de Comunicação Social 

Lúcia Santaella 

disse que nunca iremos mudar o mundo sozinhos, mas que o esforço não deve ser disperdiçado, pois só cada um fazendo a sua parte e esperando que o outro faça a dele é que conseguiremos mudar o mundo.
 Nunca com o pensamento que sozinhos bastamos, mas com a convicção que fazer nossa parte já é um começo.

sábado, 8 de maio de 2010

Seja Grande

Qual é o seu maior medo?
Descobri que tenho medo de ser grande, medo de brilhar com intensidade.


Vivi tentado a ser mediano, a não me gabar, a dar chance aos outros.
E isso em nada me engrandeceu, em nada me fez alguém melhor.


Só hoje penso na conversa que tive ainda na faculdade com alguns dos meus amigos sobre a minha condição de humildade em relação ao que eu podia. Diziam eles que eu tinha medo de mostrar meu potencial e preferia seguir a manada. Sim, eles estavam certos, eu não fazia bem a mim mesmo e nem aos outros a minha volta.


Seguia me escondendo de mim mesmo.


Pretendo me libertar...


Nosso mais profundo medo não é o de sermos inadequados.
Nosso mais profundo medo é o de sermos poderosos além da medida.
É a nossa luz, não nossa escuridão, que nos amedronta.
Pensar pequeno não ajuda o mundo.
Não tem nada de esclarecedor em se diminuir para que as pessoas não se sintam inseguras ao seu lado.
Todos nós somos feitos para brilhar como as crianças o fazem.
Não está apenas em alguns de nós; está em todos.
E quando deixamos nossa luz brilhar, inconscientemente damos permissão para que outras pessoas façam o mesmo.
Como estamos livres dos nossos próprios medos, nossa presença automaticamente faz os outros se libertarem

Timo Cruz (Rick Gonzalez); Filme: “Coach Carter”.




sábado, 3 de abril de 2010

Quem não sou…



Segue teu rumo, ele me disse.
Ainda dói lembrar, já faz quase dez anos e hoje não discutimos mais, somos quase como Pai e filho, exceto por sermos pai e Filho.
Assim como Camões em “Ao Desconcerto do Mundo”, fui punido. Mas não ao fazer o mal, muito pelo contrário, por proteger aqueles que amo.
Fui punido por defender o sangue de meu sangue, meus irmãos, filhos dele, filhos do Pai, que agora não era mais Pai em primeiro lugar, era Marido…
E ser Marido, significa honrar a “esposa” acima de tudo e todos, inclusive acima dos Filhos. E foi isso que ele fez. Foi Marido, um ótimo Marido, e desde então começou a deixar de Ser PAI até se tornar somente pai.
E nisso vi-me na obrigação, mais do que nunca, de ser Filho e ser IRMÃO. Eles, pai e irmãos, precisavam de mim. Não importava do que eu precisava, naquele momento eu tinha deveres a cumprir.
Olhava para o horizonte e sentia que os ventos traziam mudanças. Embora soubesse que não eram boas, eu as aguardava, como a criança na calçada segurando o dinheiro de sua mesada, espera o homem-dos-churros para satisfazer sua vontade por doces. Mas, no fundo eu sabia que só teria o gosto amargo…
Nessa altura eu já não tinha mais o que perder, afastará-me da maioria de meus amigos dois anos antes por conta de mudança de cidade. Já havia concluído o colegial e não tinha tantos amigos assim naquela cidade. Também não tinha emprego ou fazia faculdade. Eu já tinha preparado o terreno (inconscientemente) para aquela situação.
Foi então que o fato ocorreu, num rompante de emoções indiscrítiveis até hoje, eu e aquela mulher, “ a esposa” discutimos, com trocas de acusações e farpas. No fundo eu estava cansado de ver meus irmãos sofrerem, resolvi tomar as rédias e mostrar para o, já somente, pai o que meus irmãos e eu passávamos.
E neste dia eu tive a famosa surpresa aguardada. Assim como já presentia pelos ventos no horizonte, ele não teve uma atitude de UM PAI, mas a de somente pai. Calmamente ele me disse:
-Segue teu Rumo, não importa para onde e nem como. Só não te quero mais comigo. Teus irmãos podem ficar, mas quero que vá embora da casa minha e de minha esposa, pois você nos desrespeitou e isso eu não tolero.
E desde este dia o mundo perdeu o maior herói de todos os tempos, bem maior, mais valente, mais altruísta e mais verdadeiro que o Guardião dos Sonhos . Este Herói era o meu PAI e espero um dia que ele volte a existir. Mas o Filho também não é mais o mesmo, já não tem mais a mesma admiração, embora continue a amar o pai.

sábado, 20 de março de 2010

salvador dos frascos de comprimidos

Gosto de conversar e ouvir (mesmo que por Mensagens instantâneas) os desabafos.


Mas as vezes me extrapolo, tentando ser o Detentor de todos os manuais de "auto-ajuda" possíveis e imagináveis, mesmo sabendo que não gosto de manuais de "auto-ajuda"


Talvez seja porque tenho uma estranha capacidade de não desanimar e um penoso dom de compreender a todos (as vezes não suporto entender sempre), mas mesmo assim isso as vezes me incomoda.


Sei com certeza que não sou normal, perfeito ou sempre feliz. Mas sinto que as vezes desrespeito a infelicidade alheia. Afinal, quem está sempre feliz no mínimo deve ter algum tipo de psicopatia ou neurose. E a Infelicidade faz parte da vida.




Sinceramente, eu gostaria que pessoas BELLA's  mostrassem todos os dias seu sorriso. Mas entendo que nem todos os dias é possível sorrir.


O pior de tudo é que sou um safardana que costuma usar de mensagens sub-liminares... (embora mensagens sub-liminares pedem discrição, e acho que não fui muito discreto)

Obturando um dente do Leão

Como vencer uma cultura enraizada na mente e corações das pessoas?
Como fazer entender que aquele modo de agir não é o mais correto ou o mais apropriado?
Ainda mais se esta cultura for a cultura da violência, da agressão e do desrespeito ao próximo?
Pois é  nesse dilema que me encontro diariamente. E o pior que as pessoas que tenho a missão de "conscientizar" são pequenas pessoas, de 7, 8, 9 e 10 anos que vivem em um ambiente, violento e agressivo, que não os respeita e os humilha sempre que possível


Uma professora da escola em que dou aula disse que ir todos os dias para minha sala (turma da manhã) é como matar um leão por dia.


Pensei comigo, nessa altura do campeonato eu adoraria poder matar o leão, mas as vezes parece que meu trabalho está mais para fazer uma obturação no Leão todos os dias, e sem anestesia para nenhum dos envolvidos.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Cordeiro em Pele de Lobo...

De certo que muitos já ouviram a expressão "Lobo em pele de Cordeiro". Alguns já foram vítimas desse ditado popular, outros são o próprio ditado em pessoa.


Quero falar do contrário, sobre o que seria um "Cordeiro em pele de Lobo". São os que se fingem de durões para não mostrar que são fracos? talvez. São aqueles que escondem boas ações em atitudes grosseiras? pode ser. 


Mas as vezes temos que prestar atenção naqueles que sorriem demais, que abraçam a todos, estão sempre simpatississímos, aparentando, inclusive, um tom de falsidade. Conheci algumas pessoas assim e sempre olhei com um ar de apreensão. Ficava, e fico, apreendido com essas pessoas, pois aprendi que na vida todo mundo esconde algo. Alguns realmente eram falsos. Contudo, sempre notei que a maioria dos "simpáticos ao extremo" são pessoas com problemas. Problemas diversos, cada um com o seu em especial. Elas tendem a ignorar o que as aflige e mostrar para o mundo que está bem, como pedir para alguém rir quando lhe pisam no calo, se sorrir, com certeza terá dor na sua expressão.


E como ajudar essas pessoas? Bem, isso eu não sei ao certo. Tento não julgar ninguém, não desmerecer e nem ignorar alguém.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Príncipes Encantados

Só agora me dei conta.

Esse assunto foi o primeiro e um dos últimos de meu dia.
A existência de "Príncipes Encantados" vagando por aí.
Uma amiga me disse que o dela, tinha caído do cavalo e desmaiado, mas que retornaria no domingo (logo confirmando a existência deste). Outra, Apenas afirmou que eles existem, mas deviam estar combatendo suas próprias lutas por aí.

As duas conversas levaram a um breve debate sobre a idealização e a forma.
Acho que o grande problema é minha desconfiança no que as mulheres dizem querer e o que de fato querem. Sem querer usar de machismo (sou um dos caras menos machistas e até mesmo feminista que conheço), mas muitas vezes as mulheres descrevem o seu homem ideal e ficam com avesso do descrito.

Acho que é assim com os homens também, mas jamais admitiria o erro assim de graça!

Ecce Homo


O Homem
(Raul seixas - Caminhos)

No momento em que eu ia partir eu resolvi voltar
(Vou voltar)
Sei que não chegou a hora de se ir embora é melhor ficar
(Vou ficar)
Sei que tem gente cantando, tem gente esperando a hora de chegar
(Vou chegar)
Chego com as águas turvas, eu fiz tantas curvas pra poder cantar
Esse meu canto que não presta
Que tanta gente então detesta
Mas isso é tudo que me resta
Nessa festa
Nessa festaaaa Eu
(Vou ferver)
Como um vulcão em chamas como a tua cama que me faz tremer
(Vou tremer)
Como um chão de teremotos com amor remoto que eu não sei viver
(Vou viver)
Vou poder contar meus filhos,caminhar nos trilhos isso é pra valer
Pois se uma estrela há de brilhar
Outra então tem que se apagar
Quero estar vivo para ver
O sol nascer!O sol nascer! O soooool nascer!!!
(Vou subir)
Pelo elevador dos fundos que carrega o mundo sem sequer sentir
(Vou sentir)
Que a minha dor no peito que eu escondi direito agora vai surgir
(Vou surgir)
Numa tempestade doida pra varrer as ruas em que eu vou seguir O em que eu vou seguir!!! Em que eu vou seguir!!!

Não pense, aja!

  • Pensou em novamente ir naquele barzinho, repetir o mesmo ritual. Esperar que um dia sua musa apareça e que ele tenha coragem de ir falar com ela. Mas, calhou de um de seus amigos de serviço, Alfredo, convidá-lo a passar os últimos dois dias de feriado numa chácara com a família dele.
  • Foram no final da tarde de domingo e voltaram na terça por volta das 14h00min. Durante a estadia na chacará da família de Alfredo, Natanael (este rapaz que imagina demais), contou o ocorrido para Alfredo. Nos 5 primeiros minutos, Alfredo ria como uma hiena que inalou gás hilariante, que é o que qualquer amigo de verdade faria, primeiro rachamos de rir da cara de nosso amigo em apuros e depois sim resolvemos ajudá-lo.
  • O fato é que Alfredo ria pois já tinha presenciado essa cena, da espera + tequila = decepção, uma vez e deu exatamente o mesmo conselho: Não pense, AJA! - Esse conselho foi dado com a presença da "Bella" de Natanael no mesmo barzinho. Alfredo havia chamado Natanael para "caça", pois os dois estavam solteiros há pouco tempo e precisavam mostrar ao mundo que estavam de volta ao mercado.
  • Todavia, Natanael não é bem um Senhor-Casanova e nem um Don Juan. Ele já foi mais tímido, mas agora não há do que se reclamar, exceto pelo excesso de cautela em se envolver com estranhos. Dizem que se fecha em sua própria concha e só sai quando tem certeza de que é seguro. Não faz isso por ter tido relacionamentos fracassados por confiar demais nas pessoas, mas por observar os alheios e temer o mesmo destino.
  • Pois é, e por conta disso Alfredo lhe deu o mesmo conselho duas vezes. Pois sabia que, assim como Natanael não conversou com Bella naquela noite em que os dois estavam no barzinho, ele não falaria com ela desta última vez, mesmo que ela tivesse aparecido.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O poder do Distanciamento

Agora que meu Computador está arrumado, pude voltar a ouvir alguns dos albúns que estão gravados nele.

O Mais estranho,  soam como novos. Como diferente, um novo entendimento.

Nunca fui de analisar uma música que sempre gostei. Pois sempre gostei e pronto. Mas hoje, hoje não tive escolha. Parecia que desconhecia aquelas músicas.

Ouvi algumas, como se fosse a primeira vez que as ouvia e pensei comigo: Está música é boa

Preciso agora é olhar para todas as outras coisas as quais me distanciei para saber se realmente eram boas.

E eu disse Coisas, Pois se me distancio de pessoas não é por que me entediei delas e sim porque o destino é meu algoz.

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Quentes e Letristas

arte da cibely

Outro dia recebi um email com essa expressão “Não somos frios e calculistas, somos quentes e letristas”

Pensei comigo mesmo que criatividade, nem eu que sou totalmente sem noção tinha pensado nisso.

Ser Frio e calculista é uma condição visada por muitos. O “Saber separar o joio do trigo” e o famoso “diga-me com quem andas e te direi és” viraram moda. Todos sabem “analisar” uma pessoa simplesmente pela fala ou olhar.

Não há envolvimento, nem troca de emoções, olhares e confidências. “Ser quente e letrista” é o mesmo que ser um Tolo, um iludido ou um alienado, na visão dos “Frios e calculistas”.

Mas tudo bem, no final o tempo dirá quem estava certo (ou não)!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Despertar de um novo sonho

Acordar foi péssimo
Mesmo não bebendo muito naquela noite (acreditem, já foram piores suas bebedeiras).

Talvez tenha sido a espera que o tenha cansado. Esperou a noite inteira ver aquela garota, mesmo sabendo que talvez não teria a coragem que achava que tivesse no momento das doses de tequila.

Olhou para o celular no criado-mudo e viu que já era 14h37min do domingo. Dormiu pouco, levando em conta que chegou as 5h00min e só foi dormir perto do amanhecer. Além de tomar um banho e por tudo pra fora. Sua cabeça estava rodando e precisava de um remédio para a dor de cabeça.
Assim que achou o remédio, tomou e foi para a cama.

Acordar assim, com o corpo quebrado, com tanta claridade, num feriado prolongado é realmente desanimador.

Não, ele não a viu naquela noite e isso já era meio que esperado. Mas quem sabe outra noite.
Mas ainda que a encontra-se, o que conversaria com ela? Já sabia que ela fazia Serviço social e trabalhava como escriturária em um banco e que as vezes cantava com uma galera, mas só. Ah, sabia o nome dela que, convenientemente, era Bella.

Sentia que talvez fosse o "tipo" de Bella, mas ele temia, temia estar enganado, afinal era comum com ele só enxergar um caminho ensolarado e florido pela frente.

Talvez esse fosse seu principal mal, imaginar... Ele imaginava tanto que ia do começo até o fim do relacionamento antes mesmo de acontecer. E por isso não chegava a falar com ela, pois já sabia (só na cabeça dele) que ela não se interessaria por ele.





terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Conto de um dia cinzento

Feriado prolongado e ele não foi viajar.

Estava entediado e queria apenas ficar em casa sem ver gente.


Não queria ler um livro, não queria ver televisão, não queria encontrar com os amigos, não queria ir ao cinema ou ao parque.

Ele esperava que na verdade o dia inteiro fosse cinzento, como aquela manhã estava sendo.

De café da manhã comeu dois ovos fritos, um pão e um copo de café preto. Ficou ali na cozinha, encarando sua louça suja meio que sem pensar em nada. Normalmente ele ouvia música enquanto arrumava a cozinha do café, meio que para se lembrar de como sua mãe fazia. Simplesmente ficou olhando para o copo, a faca e colher. Olhava tão concentrado, que quem o visse, acharia que ele estava pensando em um novo invento com os três objetos.

O Fato é que sempre que ele fixava seu olhar em algo era para sair do local onde ele se encontrava e mergulhar em lembranças e pensamentos.

Naquele instante, pensava em possibilidades, ir morar em outro lugar, conhecer novas pessoas, sair daquele caos que um dia ele tanto gostou. Ficou ali por alguns minutos, indo a vários lugares mentalmente, criando diferentes situações, sem sequer levantar-se da cadeira.

Depois desses devaneios, resolveu cuidar da vida, arrumar a mesa do café e a cama que ainda estava do mesmo jeito de quando acordara.
Aquele era apenas um sábado de um feriado que terminaria na terça-feira. Muita coisa ainda estava por vir e havia tempo para se perder em devaneios mais tarde.

Depois de uma tarde de puro ócio, resolveu ir andar por aí, ver o movimento na cidade. Era quase uma cidade fantasma. Os poucos comércios já estavam fechando, meia dúzia de pessoas andavam na rua.

Naquela noite, foi a um barzinho, fugir da rotina e da mesmice. Esperava encontrar alguém, uma garota com quem ele já mais trocou sequer duas palavras. Aguardava ansioso para quem sabe, naquele dia, falar com ela. Reunia toda sua coragem para tomar uma atitude. Estava decidido, pediu uma tequila e um trident e ficou a espera dela. Pediu uma segunda tequila, pois as horas passavam e nada da garota aparecer. Depois resolveu pedir uma Vodka com Energético, pois não aguentaria seguir esperando só com tequila. Eram 4 horas da manhã e ela não veio, pediu um refrigerante e pagou a conta, a noite havia terminado para ele.

Não Foi daquela vez que a encontrou, mas o feriado está apenas começando.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A prisão sem muros

O homem se impunha uma rotina fustigante.

Não se permitia muito.

Nunca achou que a felicidade fosse para ele, embora sempre tentasse ver o lado belo das coisas.

Tinha pequenas alegrias, com as pequenas coisas da vida, pois já sabia que não estava destinado as grandes coisas.

Seu trabalho não era lá essas coisas, mas também ele mesmo não se achava lá essas coisas.

O dia-a-dia estava comprometendo-lhe a autonomia, chegando a executar tarefas e depois esquecer que já as tinha feito

Ele se aprisionou dentro de si, para fugir da dor, para fugir do medo, para fugir da decepção.

Mas no fundo, ele esqueceu de tirar essas coisas de dentro dele, antes de se trancar dentro de si.
Hoje a dor, o medo, a decepção e a amargura, são os únicos amigos que lhe restam. Ele sabe que sempre contará com eles. Que sempre estarão lá para lhe atormentar e aconselhar.

E não há como alguém resgatá-lo dessa prisão, porque ele no fundo parece não querer sair. E não há muros para serem quebrados...